Aqui estou eu, na bilionésima tentativa de manter postagens regulares no blog. Enfim. Vamos falar hoje pleonasmo, ou redundância. Não sabe o que é isso? Antes de ler a postagem, veja isto:
Pois bem, segundo o Houaiss, pleonasmo é:
"1 Rubrica: linguística.
redundância de termos no âmbito das palavras, mas de emprego legítimo em certos casos, pois confere maior vigor ao que está sendo expresso (p.ex.: ele via tudo com seus próprios olhos)
2 Rubrica: linguística.
excesso de palavras para emitir enunciado que não chega a ser claramente expresso; circunlóquio, circunlocução
3 qualidade do que vai além da suficiência; superfluidade, excesso, inutilidade"
Então pleonasmo é a repetição de ideias desnecessariamente através de palavras de significado semelhante. Convém, ressaltar, porém, que, ainda conforme o dicionário, o emprego é legítimo em alguns casos, como um recurso de ênfase.
Em relação ao texto dissertativo-argumentativo, é importante lembrar que deve ser redigido no padrão culto da linguagem, mantendo um vocabulário formal. Há, portanto, algumas redundâncias que devem ser evitadas nesse gênero textual. Seguem alguns exemplos:
"Há 49 anos atrás, o Brasil entrou num dos períodos mais sombrios de sua história". Tanto "há" como "atrás" já indicam tempo passado. Portanto é desnecessária a repetição. "Há 49 anos" ou "49 anos atrás" está de bom tamanho.
"É preciso encarar de frente o problema da criminalidade entre adolescentes". Como é possível ver no vídeo, "enCARAr" já contém implícita a ideia de que é "de frente".
"Não podemos adiar para depois a discussão sobre o assunto". Só é possível adiar algo para depois, portanto é desnecessário o "depois". O que se pode utilizar é, por exemplo, expressões que determinem o tempo: "adiar para a próxima semana", "adiar para depois do feriado".
"O governo não tem outra alternativa senão investir mais na educação". Alternativa tem em si a ideia de "outro modo". "outra alternativa", portanto é uma redundância. Em um caso bem específico, pode-se usar sem constituir repetição desnecessária. Quando já foram dadas as alternativas, pelo menos duas, e se quer citar mais alguma: "As alternativas mais evidentes para o governo são a educação e a profissionalização. Outra alternativa é o uso de uma maior força punitiva".
"O JOVEM, devido à influência da mídia, ELE está cada vez mais consumista". Esse é o caso do que se chama de sujeito pleonástico. Na fala mais cotidiana, é muito comum. É um recurso inconsciente de repetição do sujeito através do pronome 'ele', principalmente quando se distancia do primeiro sujeito. Na escrita, porém, não devemos usar: "O jovem, devido à influência da mídia, está cada vez mais consumista".
Outros casos comuns: premeditar (ou planejar) previamente; amanhecer o dia; melhora positiva; doido da cabeça.
Além disso, há casos de enumerações nas quais se usam sinônimos que tornam a ideia redundante: os políticos, em sua maioria, são corruptos, criminosos, ladrões. Entre ladrão e corrupto, dá para se estabelecer alguma diferença. Porém tanto um ladrão quanto um corrupto pode ser considerado criminoso. Portanto o uso da palavra 'criminoso' caracteriza uma ideia redundante. A propósito, a ideia, ou a forma como ela está sendo passada, é radical. Um eufemismo aqui cairia bem, mas isso fica para outra postagem.
Cuidado, então, com a redundância em seu texto dissertativo, bem como em outros textos formais, para não se auto-prejudicar-se a si mesmo.
Abraços.
Prof. Diogo Xavier
Erro cíclico de redundância ¬¬ |
Além disso, há casos de enumerações nas quais se usam sinônimos que tornam a ideia redundante: os políticos, em sua maioria, são corruptos, criminosos, ladrões. Entre ladrão e corrupto, dá para se estabelecer alguma diferença. Porém tanto um ladrão quanto um corrupto pode ser considerado criminoso. Portanto o uso da palavra 'criminoso' caracteriza uma ideia redundante. A propósito, a ideia, ou a forma como ela está sendo passada, é radical. Um eufemismo aqui cairia bem, mas isso fica para outra postagem.
Cuidado, então, com a redundância em seu texto dissertativo, bem como em outros textos formais, para não se auto-prejudicar-se a si mesmo.
Abraços.
Prof. Diogo Xavier
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